Fábio Baena, delegado peso na manhã desta terça-feira (17) por envolvimento com o PCC, é um dos agentes denunciados por Vinícius Gritzbach, delator morto pela facção em novembro deste ano. Baena é um dos delegados e policiais acusados de corrupção e extorsão por Gritzbach, em delação feita em 2023.
Deflagrada pela Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de São Paulo, a Operação Tacitus, como foi chamada, tem como objetivo desarticular uma organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública (corrupção ativa e passiva).
Baena e outros investigados na ação devem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais. As penas somadas podem chegar a 30 anos de reclusão. Pelo menos 130 policiais da Polícia Federal cumprem mandados de busca e apreensão e de prisão em São Paulo, interior e litoral norte do estado.
O delegado Fábio Baena era um dos responsáveis pela investigação da morte de Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, líderes do PCC mortos em 2021.
Durante as investigações, Baena e a equipe de investigação foram afastados da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, o DHPP. Na delação de Gritzbach, ele e outros policiais cobraram propina dele para que não fosse responsabilizado pela execução dos membros do PCC.
Além de Baena, outros três policiais civis e mais três suspeitos foram presos na operação desta terça-feira (17). Outro agente da Polícia Civil é procurado pela Polícia Federal.
Em nota para a imprensa, a defesa de Fábio Baena afirma que a prisão não tem “necessidade, idoneidade e se constitui em arbitrariedade flagrante”.
“Inadmissível no Brasil se banalizar o direito à liberdade, decretando-se prisão midiática, sem contemporaneidade, e o mais grave, por fatos que já foram investigados e arquivados pela Justiça, por recomendação do próprio Ministério Público”, diz a nota.